Crítica: “Avenue 5” (1ª Temporada)

Em um futuro não muito distante, naves espaciais turísticas fazem cruzeiros intergalácticos. Durante uma expedição de oito semanas, a nave “Avenue 5” sofre uma falha técnica da resulta em um desvio de rota que torna impossível a nave retornar para a terra em menos de 3 anos. Com passageiros disfuncionais e uma tripulação despreparada, será difícil de evitar o caos em pleno espaço sideral.
Misturar comédia com ficção científica não é uma novidade e, muitas vezes, acaba sendo uma bela fórmula de fracasso. Não é o caso de “Avenue 5” (de Armando Iannucci, criador de “Veep”), com seu tipo de humor inteligente e caótico que (surpreendentemente) funciona. E mesmo com algumas piadas batidas e levemente problemáticas, o roteiro é cheio de críticas sociais disfarçadas de tiradas ácidas.
O ponto alto da série é seu grupo de personagens tão singulares com um elenco cheio de diversidade e diferentes bagagens cômicas. É uma narrativa dinâmica que dispensa protagonistas, ainda que trabalhe a função através da figura nada convencional de capitão interpretada por Hugh Laurie (“House”).
Mas a cena é constantemente roubada, seja pela bomba histérica que é Josh Gad (“Frozen”) como o bilionário excêntrico dono da nave ou por alívios cômicos quase que involuntários de Suzy Nakamura (“Dead to Me”) e Zach Woods (“Silicon Valley”)
E mesmo entre comediantes natos, Lenora Crichlow (“Black Mirror”) não é ofuscada e segura a sensatez que sua personagem carrega sozinha dentro da trama.
São 9 episódios com cerca de 30 minutos cada, ideal para uma maratona despretenciosa.
A HBO já renovou a série para uma segunda temporada. O season finale pode não ter sido muito conclusivo para a trama, mas instiga a acompanhar as situações absurdas desses passageiros pelos próximos oito anos (Spoiler?).
A primeira temporada de “Avenue 5” já esta disponível da HBO Go: https://www.hbo.com/avenue-5